Homem morta fome
Da fome que mata
Dá dentada na miséria
Que não se retrata
Um pouco de fé
Antes que eu morra de fome
De vida
Que não enche a barriga
Nem os olhos de ninguém
Divido o todo pelo meio
O meio pela metade
Da metade um pedaço
Do pedaço “pego um taco”
“Um taco pra doze prato”
Cada prato pruma casa
Em cada casa um oratório
Em cada oráculo uma santa
Que não mexe nem se espanta
Com a desgraça do lugar